quinta-feira, 6 de setembro de 2012

DesenCana



  Realidade indiscutível na atual conjuntura do Brasil, a cana de açúcar ocupa cada vez mais espaço na área plantável do país. Cada ano mais visíveis na região de Frutal, as plantações preocupam não só pela substituição das culturas tradicionais, mas também pela queima da cana, causadora de cinzas que flutuam pela zona urbana do município.
    Conhecida principalmente pela produção de abacaxi e de gado de corte e leiteiro, Frutal também é produtora tradicional de laranja e látex. Com o incentivo nacional ao etanol e a implantação recente de duas usinas de álcool na cidade, é cada vez mais comum encontrar grandes plantações de cana de açúcar margeando as estradas da região. De acordo com o IBGE(Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a área de cana plantada aumentou de 1.990 hectares no ano de 1990 para 30.689 hectares em 2009, um aumento de cerca de 1500%.
   Ainda assim, de acordo com o Secretário Municipal de Meio Ambiente, José de Silva Souza Neto, a área plantável do município ainda é ocupada somente 27% pela cana de açúcar. Zé Neto, como é conhecido, diz que a maior parte das culturas do município está no interior, enquanto a cana é plantada sempre às margens de estradas, causando a impressão de um domínio da mesma.

  Conforme o Engenheiro Agrônomo e professor da UEMG, Michel Fernandes, a cana de açúcar é mais favorável ao meio ambiente que o pasto para o gado, por exemplo. “Ela produz mais massa vegetal, ela libera mais oxigênio, através da fotossíntese, e consome mais dióxido de carbono do ar, diferentemente de uma pastagem, que praticamente não tem cobertura vegetal.” Mas deixa claro que nada se compara à mata natural. “Nada supera a mata, e nada tem a mesma ajuda ao ambiente que uma mata nativa, que uma Mata Atlântica, que um Cerrado.”, diz.
  Quanto à queima da cana, que deve ser totalmente proibida até 2014 em todo o Estado de Minas Gerais, o também Engenheiro Agrônomo e especialista em gestão ambiental e agricultura orgânica do HIDROEX, Marco Antônio Castanheira, confirma a necessidade de tal intervenção e defende a colheita através de máquinas. “Ao fazer a colheita mecanizada, você colhe aquilo que você precisar pra levar pra usina e moer, e deixa no solo uma boa camada de matéria orgânica.”

Escrito por: Felipe Soares
6ª Período de Comunicação Social / Jornalismo - 2012

Nenhum comentário:

Postar um comentário