quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Brasileiros da Silva




Maria, Ana, José, João... Não é preciso fazer pesquisas científicas para provar que esses são os nomes mais populares no Brasil. Basta fazer as contas, quantas Marias você conhece? De fato, todo mundo conhece alguma Maria, ou um João. Mas, quantas pessoas você conhece que têm o nome ímpar? Pelo menos uma.
O Brasil é um berço de diversidades culturais e isso inclui os nomes dos brasileiros. Temos os clássicos que rodam o país no boca-a-boca. Ninguém nunca viu, nem tem certeza, mas crê que existe alguém chamado Um Dois Três de Oliveira Quatro, ou uma Felicidade do Lar Brasileiro. O mais recente caso no país foi o bebê Facebookson, de São Paulo. Felizmente, era só mais um viral da internet, o que não passou de uma grande brincadeira.
A verdade é que existem sim, pessoas com nomes infreqüentes, fato cada vez mais comum. Angela Maria Ribeiro de Morais, professora do ensino fundamental de escolas municipais em Frutal, já viu muitos nomes exóticos. Entre eles está o da garota Alexchevyna e o menino Tianri Hanry, ambos em processo de alfabetização. De acordo com Ribeiro, a primeira coisa que a criança aprenda na escola é escrever o próprio nome, e de certa forma, quando a criança tem um nome muito complicado, o aprendizado é mais demorado.  “A criança aprende a olhar o seu nome e copiar, ela copia apenas, ela não entende a pronúncia das palavras corretamente, isso dificulta o aprendizado”, conclui.
Ribeiro ainda relembra dois irmãos que estudavam na escola em que ela leciona, “Era o Maicon e o Taison, eles diziam que a mãe gostava do Mike Tyson por isso eles têm o nome do lutador”. Apesar de conviver com nomes distintos todos os dias, ela e o marido Edgar de Morais têm dois filhos, o mais velho Elker e o mais novo Lineker, cujos nomes são inéditos em Frutal. O nome dos filhos, que nasceram em anos de Copa do Mundo (1986 e 1990), foi inspirado em nomes de jogadores de futebol da época. Elker confessa nunca ter tido muitas dificuldades nem aborrecimentos com seu nome, já Lineker, só enfrenta o erro ortográfico alheio, “As pessoas sempre escrevem Liniker com i, por causa da pronúncia” relata a mãe.
Você gosta do seu nome? Não? Sabia que o cidadão brasileiro pode mudar o nome? O advogado Lausamar Humberto, destaca o artigo 56 da Lei nº 6.015/73, a Lei de Registros Públicos, segundo ele a pessoa não pode mudar o nome apenas por vontade, é preciso um motivo justo, como por exemplo, um nome que cause constrangimento no cidadão pode ser mudado. Mas se você gosta do seu nome, e sofre preconceito por isso, você pode processar a pessoa que está lhe acarretando essa dor de cabeça, movendo uma ação moral contra ela.
Seja Maria da Silva ou Maria Pinto, seja João da Silva ou João Sem Sobrenome, são todos cidadãos brasileiros. E brasileiro, cá pra nós, tem uma criatividade particular bastante interessante, o que nos torna, um povo exclusivo. 

Confira na íntegra a Lei 6.015/73: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l6015.htm



Escrito por: Mariana Nogueira
6ª Período de Comunicação Social / Jornalismo - 2012



Nenhum comentário:

Postar um comentário