quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Fórum iniciou discussão ambiental na região



Foto: João Cerino

Da redação

Frutal foi sede do primeiro Fórum para o Desenvolvimento Sustentável da Bacia Hidrográfica do Baixo Vale do Rio Grande, realizado de 21 a 24 de setembro. A programação foi iniciada no dia 21, liderada pelo presidente do Comitê de Bacias Hidrográficas do Baixo Rio Grande, Joaquim Leonel da Silva, que coordenou a soltura de cinqüenta mil alevinos de peixes da fauna do Rio Grande na Prainha, com participação de alunos da Escola Municipal Antonio Prado, do povoado de Pradolândia, mais autoridades municipais e o biólogo Silvio Carlos Alves dos Santos, da empresa AES Tietê, que veio orientar sobre a importância de repovoar o rio e fazer uma palestra aos alunos.

No dia seguinte, foi a vez de Planura receber a soltura de peixes adultos para reprodução, soltos também no Rio Grande, com presença do prefeito João Gangine, secretários e alunos das escolas municipais, além do além do técnico Anderson Fernando Garcia Leite, do setor de piscicultura da Usina de Furnas em São José da Barra-SP. O funcionário de Furnas destacou que a soltura de peixes no Rio Grande, em Planura, se une à ação do evento Comitê de Bacias Hidrográficas em Frutal. “O repovoamento foi feito com peixes adultos e reprodutores que foram devolvidos ao ambiente natural, para dar continuidade à reprodução no Rio Grande.”

A devolução de espécimes de dourado, piapara e curimbatá reprodutores é feita por Furnas a cada três ou quatro anos, incluindo ainda piracanjuba, pacu-caranha e outros peixes nativos. Além disso, a empresa realiza todos os anos a soltura de alevinos. “É uma preocupação da empresa que se preocupa com o meio ambiente e vem desempenhando para contribuir com a natureza e pela sobrevivência das espécies nativas.”

O prefeito João Gangine, que esteve na soltura dos peixes, aponta que é importante devolver os peixes ao Rio Grande e ainda conscientizar as crianças para que saibam a importância de se preservar o ambiente. “É bom o rio receber os peixes e também é preciso que os pescadores ajudem, pescando na época certa e sem usar material que traga prejuízos ao ambiente. Só assim nós vamos ter sempre os peixes e poderemos continuar a valorizar o nosso turismo, ajudando no desenvolvimento do município.”

FÓRUM

Após estas duas ações, o fórum aconteceu no Centro de Eventos Yara Lins, no dia 24, com uma série de palestras sobre preservação ambiental e proteção das águas. O presidente do Comitê de Bacias Hidrográficas, Joaquim Leonel, que coordenou uma série de discussões em torno de temas ligados à conservação, disse que esta primeira iniciativa serviu para orientar a região para iniciar a busca de soluções para uma série de problemas que os municípios vivem na atualidade. Ele destaca que a presença de autoridades e pessoas ligadas ao ambiente formou uma rede favorável para o uso dos recursos naturais com sabedoria.

“Precisamos de todas as pessoas ligadas ao ambiente, como prefeitos e o produtor rural, para que saibam o que fazer, para que se desenvolvam sem prejudicar o ambiente. A bacia hidrográfica do Rio Grande é muito rica e precisa ser conservada, por isso vamos, de agora em diante, por em prática tudo o que discutimos aqui. E o mais importante é que as crianças também participaram e serão os ambientalistas do futuro.”

CONTA

Uma das palestras que mais chamou a atenção foi a do deputado Paulo Piau, que falou sobre o novo Código Florestal e levantou a questão de que apenas o produtor rural deve manter uma área de sua propriedade preservada e ninguém mais se importa com isso. “O produtor rural não pode pagar sozinho a conta ambiental. Hoje ele é obrigado a preservar uma parte da sua área e não recebe nada por isso. Eu estou apresentando um projeto que tira essa responsabilidade única do produtor e joga a responsabilidade para a sociedade brasileira, que é a grande beneficiada.”

O coordenador do Fórum Mineiro dos Comitês de Bacias Hidrográficas, Hideraldo Buch, destacou que essa reunião com as cidades do GD-8 foi muito positiva por discutir vários assuntos com relação à bacia hidrográfica e os seus problemas. “Este primeiro eu avalio com 80% de aproveitamento e, ano que vem vai ser bem melhor, teremos mais experiência. Tenho certeza que a população de Frutal e da região que compareceu a esse Fórum levaram imagem muito boa e uma consciência básica de se preservar o meio ambiente.”

Para Buch, a partir do Fórum, podem ser programados eventos ou programas de desenvolvimento sustentável como conservação de mata ciliar e topo de morro, programas de preservação ambiental entre o comitê e a sociedade civil, poder público e usuários. “Temos a cana na região, será que é um problema ou um benefício para a população? Tudo isso a gente discutiu, trouxe para a população entender a realidade desse problema. Eu acho que os programas de meio ambiente que trabalhamos nos comitês vem dessa discussão com a sociedade e dessa busca da sustentabilidade.”

PREFEITOS

O prefeito Reinaldo Assunção Tannus, de Campina Verde, presente ao fórum, avaliou a iniciativa como sendo da maior importância por discutir a questão ambiental e antecipar as novas regras que estão sendo discutidas no Congresso para a exploração das zonas urbanas e rurais. “Precisamos dizer que as novas leis precisam adequar o Brasil a cada região. É preciso que nós preparemos a cultura das pessoas para que o meio ambiente seja preservado.” Ele ainda aponta que sabe das ações do Comitê de Bacias, que já definiram ações e já têm um perfil para trabalhar atendendo à realidade de toda a região.

Para o prefeito Hernane Uemura Barbosa, de São Francisco de Sales, seu município, assim como os demais, possui problemas ambientais e tem interesse na preservação do Rio Grande. “Estamos buscando soluções e discutindo os problemas da região para estipular diretrizes e caminhos a serem seguidos para resolvermos os principais problemas. Creio que São Francisco de Sales tem problemas sérios com relação ao meio ambiente, pela falta de tratamento de esgoto e precisamos de investimento do governo estadual ou federal para que a gente consiga fazer isso. Estamos preocupados com a situação, temos uma legislação a cumprir e viemos em busca de informações para montarmos um projeto e conseguir recursos para realizar o tratamento de esgoto.”

(Colaborou João Cerino)

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