terça-feira, 6 de outubro de 2009

Frutal pára em prol da solidariedade





Da redação

Aconteceu em Frutal, nos dias 1, 2 e 3 de outubro uma campanha de cadastramento para possíveis doadores de medula óssea. O trabalho foi possível graças à colaboração de voluntários da cidade de Frutal e profissionais do Hospital de Câncer de Barretos. Esta parceria contou com a iniciativa da família de Fernando Mendonça ao qual necessita do transplante.

Muitos voluntários participaram desse trabalho, a estudante de enfermagem Mariana Leonel de Freitas ,que participou da coleta de sangue, se sente gratificada em poder ajudar e define esse trabalho como um ato de cidadania e de conscientização. “Não se sabe o dia de amanhã, temos que ser doadores, é um ato de cidadania, não dói e é rápido, me sinto muito feliz em ver as pessoas motivadas”.

Gilsen Queiroz que é um dos vários doadores declara que o que mais o incentivou a se cadastrar é a saber que através de um ato tão simples pode salvar uma vida.

Em conversa com a coordenadora das enfermeiras Lívia Oliveira, ela relatou que este trabalho de cadastramento acontece constantemente, principalmente em cidades do interior paulista e algumas cidades de Minas, e que este é um trabalho de parceria: “normalmente atendemos o chamado da cidade, é uma parceria do hospital com a cidade”.

A enfermeira Lívia acredita que em Frutal teve um número bem satisfatório de cadastros, cerca de 3300 amostras colhidas no 1° e 2° dia “o pessoal esta respondendo muito bem a campanha, estão aderindo, a gente precisa mesmo de doadores, porque quanto mais, maior será chance de quem está aguardando pelo transplante”.

CADASTRAMENTO

Para ser doador de medula óssea, primeiramente, é necessário que a pessoa seja cadastrada, tem que ter entre 18 e 55 anos e as única exceções são portadores de HVI e pessoas que tiveram câncer, no mais pessoas que fazem uso de medicamentos e grávidas podem se cadastrar.

No ato do cadastramento é colhido uma pequena amostra de sangue e enviado ao laboratório de Biologia Molecular, no hospital de câncer de Barretos, lá são processadas as amostras e os resultados encaminhados para o REDOME – Registro de Doadores de Medula, onde a pessoa fica cadastrada por toda a vida.

BENEFICIADOS

As pessoas que se beneficiaram com este cadastro são portadores de LEUCEMIA, MELOMA, LINFOMA, ALGUNS TIPOS DE ANEMIA, que aguardam por esse transplante.

COMPATIBILIDADE

Na família, a chance de ter doadores compatíveis, entre irmãos de mesmo pai e mãe é 25% para cada irmão. Entre pai e mãe a chance cai para 5% ou até menos. Quando não se encontra um doador na família, a chance passa a ser de um para 100 mil no Brasil. “No Brasil tem-se uma mistura de raças muito grande o que dificulta ainda mais encontrar doadores compatíveis” diz Lívia. Quando não se encontra um doador no Brasil, recorre aos bancos internacionais ai a chance pode passar de 1 para 1 milhão. “È muito difícil achar um doador, por isso cadastrarmos muitas pessoas é importante”. Dificilmente a pessoa será doadora duas vezes, é quase impossível. Mas se for necessário uma pessoa pode doar mais de uma vez, pois medula óssea é um tecido renovável e em poucas semanas a medula estará totalmente igual a que era antes.

TRANSPLANTE

Se a pessoa for detectada compatível com alguém, o possível doador será avaliado clinicamente, para certificar seu bom estado de saúde. A doação será realizada no centro de transplante mais próximo de sua casa e a medula vai congelada até o paciente. Não havendo nenhum custo para o doador, tudo é pago pelo Ministério da Saúde, através do SUS. No caso de Frutal, se confirmado algum doador, esse transplante será realizado em Barretos.

Existem duas formas de doar a medula óssea: a primeira é realizada por punção periférica (como doar sangue). Antes, o doador recebe por cinco dias um medicamento que estimula a produção das células-mãe que migram da medula para as veias e são filtradas por esta máquina, dura média de quatro horas.

O outro método é puncionar, diretamente a medula óssea do osso, usando seringa e agulha na região do quadril para aspirar o material que contém as células progenitoras do sangue. Nesse caso o doador é anestesiado e o procedimento dura 40 minutos. O doador fica em observação por um dia.

Os procedimentos são seguros e nunca houve nenhum acidente com o doador e as células se refazem como na doação de sangue.

(Colaborou Franciely Rezende Queiroz)

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