segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Desemprego x Baixa remuneração

   A cada ano aumenta o número de desempregados no Brasil, em todos os estados milhares de pessoas passam os dias procurando emprego. Isso colabora com o alto índice de serviços sem carteira assinada e informais, chamados de bicos, que não oferecem nenhuma segurança de renda mensal a família, mas ajuda nas despesas do dia a dia.
  Por isso muitos desempregados preferem sair de suas cidades, geralmente no interior, deixando suas famílias para morar em grandes centros urbanos a procura de melhores empregos, com carteira assinada e maior remuneração. Porém nem sempre essa é a realidade, a falta de experiência e pouco estudo atrapalham na concorrência por uma vaga.
   Frutal MG é uma cidade interiorana, mas está em constante crescimento no setor de empregos. Existem novas oportunidades como trabalhos em usinas, plantio e colheita de laranja, abacaxi com uma boa remuneração que acabam chamando a atenção de trabalhadores rurais de outros estados que já estão acostumados com esse serviço mais pesado, porém ganham muito pouco para isso.
   Como exemplo temos Sandra Pereira dos Santos, 29 anos, nascida em Itamari, um vilarejo no sul da Bahia. Na cidade as únicas opções de emprego são na prefeitura ou em roças de banana e cacau, plantações típicas da região. O pai de Sandra plantava e colhia bananas no pequeno sitio onde moravam, ela para ajudar na renda familiar, viajava cinco horas de pau de arara até Maracaí BA onde vendia a produção.
   Para quem recebe um salário mínimo e considera o valor muito pouco não imagina o que ganha um trabalhador rural em Itamari. Um dia todo de trabalhado pesado, com um calor insuportável para receber doze reais, o que não chega a quatrocentos reais por mês. E para desmotivar mais quem não tem oportunidade de conseguir outro emprego fora dessa área, na pequena cidade não existe trabalhador rural com carteira assinada. 
   Por esse e vários outros fatores Sandra a partir de um convite de um primo que já havia se mudado e estava trabalhando em Frutal, decidiu tentar uma nova vida. Veio com sua filha, Beatriz 10 anos, para trabalhar na colheita de laranja, um serviço que é pesado, porém melhor remunerado do que na sua
cidade. Agora com carteira assinada e outros benefícios como férias, décimo terceiro, seguro desemprego, ela trabalha mais tranqüila sabendo que no final do mês terá uma quantia certa para receber.
    As únicas dificuldades que atrapalham Sandra em Frutal são o alto custo de vida e a saudade da família. Mas ela que já se considera uma mineira até pronunciando o famoso uai, diz que só volta para Bahia pra visitar os parentes, seu lugar agora é em Minas Gerais em uma cidade que ela nem imaginava existir, mas que mudou sua vida proporcionando um futuro melhor para ela e a filha.

Escrito por Lívia Queiroz
6° período de  Comunicação Social  / Jornalismo - 2011

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