quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Prefeitura de Fronteira tem projeto de criar associação para catadores de reciclaveis





Da redação


A problemática que envolve a questão do lixo reciclável no país é um tema que vem sendo discutido com grande frequência. Em Fronteira, as pessoas que trabalham nessa área sofrem na pele a discriminação por parte da sociedade. Fora as condições precárias de reciclagem e os perigos com doenças.
Muitos sobrevivem dessa alternativa de trabalho, ganhando apenas o básico para uma alimentação, sem as quantidades e qualidades necessárias de nutrientes.


A prefeitura tem o projeto da criação da “Associação dos Catadores de Lixo” para dar condições viáveis a essas pessoas. De acordo com Marcilene Sandra de Oliveira, 33, considerada a líder nas questões que envolvem os “catadores de lixo” de Fronteira, existem atualmente por volta de 20 famílias trabalhando com a reciclagem e algumas delas sobrevivem somente da renda que tiram do lixo. “Minha amiga Roseli é uma dessas pessoas. A  única  renda dela é o que ela consegue com o reciclado. Depende exclusivamente da renda do lixo. É por isso que temos que criar a cooperativa. Para fazer a seleção adequada do lixo.” De acordo com Marcilene algumas famílias que trabalham com a reciclagem precisam ter compreensão e ver a real necessidade. Entender os benefícios de uma cooperativa. Para ela é fundamental a organização, uma vez que é primordial o cuidado com a saúde dos catadores. “Eu sempre falo pra eles, que precisamos fazer uso de botinas, óculos e luvas, mas ainda é muito difícil essa conscientização. Já ocorreram alguns acidentes com lixos cortantes, como o vidro.”


Na sociedade globalizada, o desemprego é mais uma das várias consequências de uma vida moderna e exigente. Ela exclui boa parte da população e a relega ao anonimato. As condições subumanas e a exploração desregrada do trabalho. A baixa escolaridade são fatores de grande influência no que diz respeito á questão da dignidade do ser humano.
Com o êxodo rural, muitas famílias se viram em situação complicada. A super lotação das cidades tem contribuído para esse desfecho. O despreparo em receber essa parcela da população e também a industrialização, foram fatores que ajudaram nesse processo.
A imagem do “catador de lixo,” para a sociedade é de repulsa e discriminação, mas este trabalho merece uma análise, tendo em vista a importância para o meio ambiente, bem como a sobrevivência dos trabalhadores.


O vice-prefeito de Fronteira Narciso Marcelino, comenta a idéia da criação da cooperativa e como está atualmente o trabalho dos catadores de lixo. “hoje está tudo ilegal, a única coisa que conseguimos corrigir é a questão do lixo hospitalar. Uma empresa especializada faz a coleta e a prefeitura paga. Já o lixo orgânico, vamos tentar conseguir a licença para construir o aterro sanitário e construir também um barracão onde eles possam fazer a separação do lixo.”


Marcilene comentou que os sonhos que cada ser humano tem difere de um para outro.  “No fundo todos sonham com dias melhores. Esse é um trabalho importante, por ajudar a melhorar o meio ambiente e dar sustentabilidade para pessoas que não tem colocação no mercado de trabalho. Meu sonho é ter um bom serviço, poder ter uma casa e um lugar adequado para trabalhar. Tenho esperança que as pessoas queiram nos ajudar e com a aprovação de todos os vereadores, o prefeito possa realizar esse meu desejo de criar a cooperativa e com isso melhorar as coisas para nós aqui em Fronteira.”


(Colaborou Soleny Rocha)

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