segunda-feira, 20 de outubro de 2014

Frutal possui uma personagem na “Sociedade dos Poetas Mortos”


No dia 14 de março, comemora-se o Dia Nacional da Poesia. Uma semana depois, o Dia Mundial da Poesia. Mas, somente no dia 20 de outubro é que se celebra o Dia do Poeta: aquele que produz a poesia, ou seja, aquele sem o qual o produto (a poesia) não existiria.
Passaremos em revista um pouco do percurso que se desenvolveu, historicamente, tal arte hoje desvalorizada pelo mercado consumidor da pressa do cotidiano.
Veja os clássicos:
Luís Vaz de Camões, poeta mor da língua portuguesa, em sua epopeia de 8816 versos (Os Lusíadas), que mistura elementos da tradição cristã com mitologia greco-latina, traça uma linha histórica do desenvolvimento do povo lusitano.
No período denominado como “Barroco Brasileiro”, temos como destaque no fazer poético o escritor que ficou conhecido com a alcunha de “Boca do Inferno”: Gregório de Mattos Guerra.
No Arcadismo, destaca-se Tomás Antônio Gonzaga.
Chega-se ao período Romântico, e com isso deparamo-nos com Antônio Gonçalves Dias.

Tu choraste em presença da morte?
Na presença de estranhos choraste?”
Gonçalves Dias

No segundo período do Romantismo, conhecido também como o Ultrarromântico, pode-se destacar Álvares de Azevedo e Casimiro de Abreu. Posteriormente, o terceiro período do Romantismo, onde se deve destacar a poesia de cunho social de Castro Alves.
Com o advento do Realismo, chegamos ao perpétuo presidente da Academia Brasileira de Letras (ABL): Machado de Assis, que também se aventurou no mundo do desprendimento do formalismo prosaico e cultivou em três obras a sua poesia. No mesmo período também se desenvolvia o Parnasianismo, cujo nome a ser destacado é o Patrono do serviço militar obrigatório: Olavo Brás Martins dos Guimarães Bilac, ou apenas, Olavo Bilac.
Logo em seguida, nos deparamos com o Simbolismo de Cruz e Souza e com o Pré-Modernismo de Augusto dos Anjos. Alguns anos depois, veio o modernismo de Mário de Andrade, Carlos Drummond de Andrade e Cicília Meireles.
Mas para quê toda essa viagem na história poética?
"Larissa, a Menina de Olhos Azuis",
livro de Magnólia Rosa
Atualmente, livros em prosa
tem vendido e lucrado mais
que livros de poesia
Simples: para mostrar que Frutal também teve sua representante no que tange o ofício poético de ser ou viver. Seu nome: Magnólia Rosa, falecida neste ano, aos 92 anos. A poetisa deixou dez obras (nem todas foram poesia, mas grande maioria, sim). Seu falecimento foi noticiado por grandes veículos como a Folha de São Paulo e pelo portal G1.
“Tu choraste na presença da morte?”, escrevera Gonçalves Dias.
Morre o sujeito e nasce daí o mito que se perpetua para além da presença física que outrora exercia entre os vivos.
Seja como for, cada artista depende do mundo. Eles são como deixou registrado Nietzsche em sua obra “A Genealogia da Moral”: cortesãos de seus admiradores e de seus aduladores. O artista nunca adota uma posição autônoma; ficar sozinho vai contra os seus instintos.
Platão expulsou de sua República todos os poetas; hoje quem os expulsa é “a necessidade do mercado”.


Douglas Carlos Gonçalves
6° Período de Jornalismo

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