No
dia 14 de março, comemora-se o Dia Nacional da Poesia. Uma semana depois, o Dia
Mundial da Poesia. Mas, somente no dia 20 de outubro é que se celebra o Dia do
Poeta: aquele que produz a poesia, ou seja, aquele sem o qual o produto (a
poesia) não existiria.
Passaremos
em revista um pouco do percurso que se desenvolveu, historicamente, tal arte
hoje desvalorizada pelo mercado consumidor da pressa do cotidiano.
Veja os clássicos:
Luís
Vaz de Camões, poeta mor da língua portuguesa, em sua epopeia de 8816 versos (Os
Lusíadas), que mistura elementos da tradição cristã com mitologia
greco-latina, traça uma linha histórica do desenvolvimento do povo lusitano.
No
período denominado como “Barroco Brasileiro”, temos como destaque no fazer
poético o escritor que ficou conhecido com a alcunha de “Boca do Inferno”: Gregório de Mattos Guerra.
No
Arcadismo, destaca-se Tomás Antônio Gonzaga.
Chega-se
ao período Romântico, e com isso deparamo-nos com Antônio Gonçalves Dias.
“Tu
choraste em presença da morte?
Na presença de
estranhos choraste?”
Gonçalves
Dias
|
No
segundo período do Romantismo, conhecido também como o Ultrarromântico, pode-se
destacar Álvares de Azevedo e Casimiro de Abreu. Posteriormente, o terceiro período
do Romantismo, onde se deve destacar a poesia de cunho social de Castro Alves.
Com
o advento do Realismo, chegamos ao perpétuo presidente da Academia Brasileira
de Letras (ABL): Machado de Assis, que também se aventurou no mundo do
desprendimento do formalismo prosaico e cultivou em três obras a sua poesia. No
mesmo período também se desenvolvia o Parnasianismo, cujo nome a ser destacado
é o Patrono do serviço militar obrigatório: Olavo Brás Martins dos Guimarães
Bilac, ou apenas, Olavo Bilac.
Logo
em seguida, nos deparamos com o Simbolismo de Cruz e Souza e com o Pré-Modernismo
de Augusto dos Anjos. Alguns anos depois, veio o modernismo de Mário de
Andrade, Carlos Drummond de Andrade e Cicília Meireles.
Mas
para quê toda essa viagem na história poética?
"Larissa, a Menina de Olhos Azuis", livro de Magnólia Rosa |
Atualmente, livros em prosa tem vendido e lucrado mais que livros de poesia |
Simples:
para mostrar que Frutal também teve sua representante no que tange o ofício
poético de ser ou viver. Seu nome: Magnólia Rosa, falecida neste ano, aos 92
anos. A poetisa deixou dez obras (nem todas foram poesia, mas grande maioria,
sim). Seu falecimento foi noticiado por grandes veículos como a Folha de São Paulo
e pelo portal G1.
“Tu choraste na presença da morte?”,
escrevera
Gonçalves Dias.
Morre
o sujeito e nasce daí o mito que se perpetua para além da presença física que
outrora exercia entre os vivos.
Seja
como for, cada artista depende do mundo. Eles são como deixou registrado
Nietzsche em sua obra “A Genealogia da Moral”: cortesãos de seus admiradores e
de seus aduladores. O artista nunca adota uma posição autônoma; ficar sozinho
vai contra os seus instintos.
Platão
expulsou de sua República todos os poetas; hoje quem os expulsa é “a
necessidade do mercado”.
Douglas Carlos
Gonçalves
6° Período de Jornalismo
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