A atual seca que
está assustando os moradores de São Paulo devido ao baixo nível de água em
reservatórios que abastecem a capital, já tem data prevista para acontecer. Segundo
dados da SABESP – Concessionária de Serviços de
Saneamento Básico em SP, em novembro deste ano os paulistas vão ficar
sem água.
No
entanto, essa realidade está bem longe da Terra do Abacaxi, pelo menos em
relação à água, pois a cidade está imune a uma possível seca devido ao seu
abastecimento ser originado do Ribeirão Frutal, onde possui água em abundância
neste momento.
O Rio Grande
abastece o reservatório de Marimbondo, que gera energia na região entre os
municípios de Fronteira – MG e Icém - SP. Na semana passada, o volume útil do
reservatório de Marimbondo registrou 10,21% de acumulação. Um número agravante
que quase se aproxima aos 7,79% registrados no apagão de 2001.
Desde julho de
2014, a Doutora Sofia Brito, pesquisadora na Fundação Hidroex, tem acompanhado
o nível dos reservatórios, que naquele mês beirava os 17% e desde então só tem
caído. Os dados são disponibilizados publicamente no site do ONS, Operador
Nacional do Sistema Elétrico. De acordo com a pesquisadora, os pescadores das
cidades de Planura, Colômbia, Fronteira e Icém mencionam que a situação está bastante
crítica.
Rio Grande, conhecido como o "Mar de "Minas", sofre com intensa seca na região. |
Os pirangueiros
- pescadores que trabalham guiando barcos de forma turística - já estão ficando
incomodados com os transtornos causados pelo baixo nível da água, fazendo com
que pedras e paliteiros de árvores expostas prejudiquem o turismo, reforço
econômico da região. No final de outubro, o período da Piracema terá início e
os pescadores estão ficando assustados devido à estiagem.
Segundo Sofia, o
último período de chuvas, que aconteceu no verão de 2013/2014 foi muito abaixo
da média, principalmente nos meses de janeiro e fevereiro. As consequências da
não acumulação de água nos reservatórios estão sendo prejudiciais e percebidas
agora na época de seca.
O preocupante
mesmo é a questão da energia elétrica. O estado de Minas Gerais ainda não se
pronunciou sobre nenhum aumento nas tarifas de luz e nem sobre algum possível racionamento.
O desperdício de água da população também é um fator agravante.
Qualidade da Água
A Copasa,
Companhia de Saneamento de Minas Gerais, realiza análises da qualidade da água
em laboratórios de Araxá e Belo Horizonte. Segundo a empresa, a água é apropriada
para consumo.
O Hidroex também
realizou diversas análises de nutrientes, alcalinidade e dureza do cálcio. Além
disso, verificou também a existência de bactérias, os coliformes fecais,
indicadores de contaminações oriundas do esgoto.
As análises
confirmam a qualidade e pureza das águas. O Hidroex ainda não possui
equipamentos para a análise da ocorrência de metais tóxicos. Os dezesseis
laboratórios em construção no campus da UEMG permitirão as futuras análises da
presença de metais tóxicos.
Caio Machado e
Ulisses Lisboa
6° Período de
Jornalismo
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