quarta-feira, 15 de outubro de 2014

A seca não ameaça Frutal e região

 A atual seca que está assustando os moradores de São Paulo devido ao baixo nível de água em reservatórios que abastecem a capital, já tem data prevista para acontecer. Segundo dados da SABESP – Concessionária de Serviços de Saneamento Básico em SP, em novembro deste ano os paulistas vão ficar sem água.
No entanto, essa realidade está bem longe da Terra do Abacaxi, pelo menos em relação à água, pois a cidade está imune a uma possível seca devido ao seu abastecimento ser originado do Ribeirão Frutal, onde possui água em abundância neste momento.
O Rio Grande abastece o reservatório de Marimbondo, que gera energia na região entre os municípios de Fronteira – MG e Icém - SP. Na semana passada, o volume útil do reservatório de Marimbondo registrou 10,21% de acumulação. Um número agravante que quase se aproxima aos 7,79% registrados no apagão de 2001.
Desde julho de 2014, a Doutora Sofia Brito, pesquisadora na Fundação Hidroex, tem acompanhado o nível dos reservatórios, que naquele mês beirava os 17% e desde então só tem caído. Os dados são disponibilizados publicamente no site do ONS, Operador Nacional do Sistema Elétrico. De acordo com a pesquisadora, os pescadores das cidades de Planura, Colômbia, Fronteira e Icém mencionam que a situação está bastante crítica.
Rio Grande, conhecido como o "Mar de "Minas",
sofre com intensa seca na região.
Os pirangueiros - pescadores que trabalham guiando barcos de forma turística - já estão ficando incomodados com os transtornos causados pelo baixo nível da água, fazendo com que pedras e paliteiros de árvores expostas prejudiquem o turismo, reforço econômico da região. No final de outubro, o período da Piracema terá início e os pescadores estão ficando assustados devido à estiagem.
Segundo Sofia, o último período de chuvas, que aconteceu no verão de 2013/2014 foi muito abaixo da média, principalmente nos meses de janeiro e fevereiro. As consequências da não acumulação de água nos reservatórios estão sendo prejudiciais e percebidas agora na época de seca.
O preocupante mesmo é a questão da energia elétrica. O estado de Minas Gerais ainda não se pronunciou sobre nenhum aumento nas tarifas de luz e nem sobre algum possível racionamento. O desperdício de água da população também é um fator agravante.

Qualidade da Água

A Copasa, Companhia de Saneamento de Minas Gerais, realiza análises da qualidade da água em laboratórios de Araxá e Belo Horizonte. Segundo a empresa, a água é apropriada para consumo.
O Hidroex também realizou diversas análises de nutrientes, alcalinidade e dureza do cálcio. Além disso, verificou também a existência de bactérias, os coliformes fecais, indicadores de contaminações oriundas do esgoto.
As análises confirmam a qualidade e pureza das águas. O Hidroex ainda não possui equipamentos para a análise da ocorrência de metais tóxicos. Os dezesseis laboratórios em construção no campus da UEMG permitirão as futuras análises da presença de metais tóxicos.

Caio Machado e Ulisses Lisboa

6° Período de Jornalismo

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