quarta-feira, 22 de outubro de 2014

Bagagem cheia de aprendizado e muita história para contar


Estar preparado para novos desafios, turbinar o currículo e ainda adquirir conhecimento através de novas experiências é a busca de diversos jovens. Na maioria das vezes, para ter contato com o novo mundo de oportunidades, a opção mais interessante é o intercâmbio. Conhecer de perto novas culturas, aperfeiçoar idiomas, desenvolver independência, ampliar a rede de amigos internacionais e sair, definitivamente, da sua rotina, são um dos benefícios de passar um tempo fora do país.

Carolina Mesquita (do meio) durante sua estadia
nos Estados Unidos
A experiência internacional, mesmo que seja por pouco tempo, como cursos de curta duração são bastante válidos e consideráveis para o crescimento do intercambista, que consegue expandir os seus conhecimentos e vivenciar momentos incríveis. Foi o caso de Carolina Mesquita, 19, estudante do 4º período de Comunicação Social, que viajou em 2012 para St Peterburg, nos Estados Unidos, através do programa de férias ofertado pela Central do Estudante – Agência de Intercâmbio em Belo Horizonte. Carolina passou um mês na cidade estudando inglês e tendo o contato direto com a cultura americana, pois ficou hospedada na casa de uma família local. “Foi a primeira vez que eu viajei para fora do país e poder sair do seu conforto, de tudo que você está acostumado para viver num meio novo, uma língua nova e uma nova cultura, abre muito a cabeça. Eu tive outra visão do mundo”, conta a estudante.
Há muitas agências de intercâmbio espalhadas por todo o Brasil que oferecem pacotes de intercâmbio para todos os lugares do mundo. O investimento varia de acordo com as opções de atividades a serem realizadas no exterior, como estudar línguas, cursos profissionalizantes ou até mesmo trabalhar, dependendo do país de destino. No entanto, é possível realizar o sonho de viajar sem ter custo nenhum através das bolsas de estudos. O segredo é estar sempre atento às divulgações de instituições – como a CAPES, CNPQ, Fullbright, Embaixadas e outros – que oferecem oportunidades gratuitas para estudantes brasileiros e não desistir no primeiro “não”.
Jade de Andrade em Seoul
Formada em Relações Internacionais e estudante do 2º período de Direto, Jade Alves Souza de Andrade, participou do processo seletivo de intercâmbio para Coréia do Sul que seleciona, anualmente, jovens universitários dos principais países parceiros que demonstrem excelência acadêmica e espírito de liderança para participar de um intercâmbio cultural de aproximadamente duas semanas em Seoul, capital coreana. O programa é diretamente organizado pelo governo da Coréia, que é responsável por todos os custos dos aprovados – dois estudantes por país – como passagens aéreas, acomodação e alimentação. O processo de seleção é intermediado pela Embaixada da República da Coréia no Brasil, que conta com análise de currículo e entrevista em inglês – pois o programa é todo oferecido em língua inglesa. Jade foi uma das selecionadas e garantiu uma experiência fantástica num lugar bem longe de casa, onde visitou templos, universidades, vilas no interior do país, famílias coreanas, museus, festivais de música, órgãos governamentais, grandes empresas e teve até mesmo aula de culinária coreana.
Após viver essa experiência, adquiri uma visão de mundo mais holística. Eu me sinto mais independente e preparada para enfrentar adversidades. E do povo coreano ganhei o maior presente que alguém pode dar: exemplos de vida, vindos de um povo verdadeiramente patriota, que tem foco e determinação, que entende que educação é o único meio para o desenvolvimento econômico; de um povo amigo que conquista no simples gesto do aperto de mão e na pureza das palavras; de um povo família, que acolhe, se preocupa e que abraça. São essas grandes inspirações que hoje norteiam muitas de minhas escolhas. A riqueza e o intercâmbio de vivências que compartilhamos naqueles dias ficarão para sempre em minha memória. E, de alguma forma, ainda hoje, ajudam a moldar a forma com que enxergo a vida e como me insiro no mundo”, diz Jade.
Ana Maria Betarelle é paulista
e está no 2º ano de Direito, na UEMG -
Campus de Frutal
            O primeiro passo para carimbar o seu passaporte e viajar tranquilamente é, sem dúvida, ter a fluência na língua do país de destino ou na língua inglesa, que é aceita e falada na maior parte do mundo. Este requisito varia de acordo com a opção de intercâmbio escolhida e que em algumas vezes é necessária uma prova de proficiência em língua estrangeira para comprovar que o futuro intercambista está apto a se comunicar no ambiente internacional onde irá ingressar. Devido a isso, a estudante do 4º período de Direito noturno, Ana Maria Betarelle, já se preparava há muito tempo e estudou inglês durante quatro anos em sua cidade natal. Neste intervalo, Ana ficou sabendo das oportunidades de intercâmbio oferecidas pelo Rotary – organização internacional de profissionais e líderes que prestam serviços humanitários, fomentam o padrão de ética e ajudam a estabelecer a paz no mundo. Em 2011 a estudante resolveu aplicar sua candidatura para uma vaga na Austrália, mas acabou sendo aceita para morar durante 11 meses na Dinamarca através do Programa de Intercâmbio Internacional de Jovens do Rotary. “Na verdade, brinco que eu não escolhi a Dinamarca, mas ela me escolheu”, conta. Durante as atividades no exterior, a intercambista estudou numa escola pública em Horsens Statsskole – cerca de 264km de Copenhague – e morou na casa de três famílias diferentes – regra do programa a fim de possibilitar um contato multidisciplinar com a cultura do país e ampliar o ciclo familiar. Aos 19 anos, Betarelle traz consigo a experiência de vivenciar de muito perto não só a cultura dinamarquesa, mas também teve a oportunidade de conhecer 10 países e diz que é a sua maior paixão continuar conhecendo e aprendendo novas culturas. “O crescimento é imensurável. Quando você faz intercâmbio, passa a ter uma visão completamente diferente das coisas; acredito que uma visão mais humanizada. Eu me tornei independente, amadureci muito, descobri quem eu realmente era e uma força que eu não sabia que tinha. É inexplicável, só vivendo e sentindo pra saber”, finaliza.
Stella Bresinsk veio para Frutal em agosto e
estuda no Colégio Galileu
            Da mesma forma que muitos alunos brasileiros viajam para o exterior em busca de novas experiências, diversos estudantes de outros países também escolhem o Brasil como destino para desenvolver este momento único em suas carreiras. Frutal foi o lugar escolhido pela alemã Stella Bresinski, 16, que deixou a sua cidade no norte da Alemanha, Flensburg, para estudar parte de seu ensino médio numa escola frutalense com o Programa de Intercâmbio Internacional de Jovens do Rotary. Stella está no triângulo mineiro há dois meses. Está aprendendo a língua portuguesa, mas por enquanto se comunica frequentemente em inglês com seus colegas. “Eu estou fazendo novos amigos, aprendendo português e vivenciando a cultura brasileira. Eu gostei bastante da maneira como os alunos brasileiros entram na universidade, que é bem diferente da Alemanha, porque lá não é aplicada uma prova como aqui e sim, avaliada todas as nossas notas durante o nosso ensino médio. São necessárias notas muito boas para conseguir.”, explica Bresinski.
Isabela Chagas em visita a Los Angeles, CA
            Além de estudar fora do Brasil, a opção de trabalhar é um grande crescimento profissional, como aprender a lidar com diferentes perfis e comportamentos no mercado de trabalho e possibilita um enorme aperfeiçoamento em língua estrangeira pelo contato direto a população do país de destino. Um exemplo disso é a é Isabela das Chagas Cataldo, 24, jornalista formada em 2011 pela UEMG, que após finalizar a graduação decidiu ingressar no intercâmbio de Au Pair: um programa de intercâmbio cultural que oferece a oportunidade de morar legalmente e trabalhar recebendo salário em dólar. As atividades são para trabalhar em casas de famílias cuidando de crianças, um serviço como babá dos pequenos que tem como benefício receber pelas tarefas exercidas, ganhar acomodação e alimentação do empregador. Isabela foi para Huntington em Nova Iorque, nos Estados Unidos, onde morou durante um ano e cinco meses. “Eu cuidei de três meninos e hoje os tenho como uma família do meu sangue. Essa experiência contribuiu para meu crescimento pessoal e acabei descobrindo os meus limites. Eu aprendi a viver, respeitar mais e me trouxe mais confiança com relação ao meu nível de inglês, que cresceu muito após o intercâmbio”, conta a jornalista.
            A Assessoria de Relações Internacionais da UEMG possui convênios com universidades em países como Alemanha, Bélgica, Colômbia, Coréia do Sul, Cuba, Estados Unidos, França, Itália, México e Portugal. A universidade está à disposição dos alunos para intermediar o contato com instituições parceiras desses países para realizar o intercâmbio internacional e tirar dúvidas a respeito. É importante ressaltar que a assessoria está sempre publicando novas oportunidades para os estudantes de todos as unidades no site oficial da UEMG. Uma boa opção para incentivos e uma possível direção para qual país encaixa mais com o seu perfil é acompanhar o blog COM LEGENDA: um projeto da professora Vânia Myrrha, da Escola de Design da UEMG, uma plataforma online que publica relatos e histórias de intercâmbio vividas por alunos de toda a universidade. Vale a pena conferir.

LINKS:
Assessoria de Relações Internacionais da UEMG: http://www.uemg.br/intercambio.php

Ulisses Lisboa
6º Período de Jornalismo




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