A Ordem dos Advogados do
Brasil, OAB, realizou nos dias 13 de Agosto e 14 de setembro de 2014, o “XIV
Exame da Ordem Unificado”. O exame tem como objetivo estabelecer os requisitos para que os bacharéis em Direito se inscrevam
em seus quadros. Um desses requisitos é a aprovação no chamado Exame de Ordem,
um teste aplicado três vezes por ano em todo o Brasil e que visa aferir a
capacitação básica necessária ao exercício profissional da advocacia.
A primeira fase
caracteriza-se como “Prova Objetiva”, atualmente
composta por 80 questões de múltipla escolha, com quatro opções cada, versando
sobre as disciplinas profissionalizantes obrigatórias e integrantes do
currículo mínimo do curso de Direito, fixadas pelo MEC, que vai de Direito
Civil até Direito Administrativo, incluindo Código de Defesa do Consumidor
(CDC), Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), Direito Ambiental, Direitos
Humanos e Direito Internacional, além de questões sobre Estatuto da OAB,
Regulamento Geral e Código de Ética e Disciplina.
A segunda fase é a “Prático-
Profissional”, e com valor de 10 pontos, só é
aplicada aos candidatos aprovados na 1ª fase, e é composta de duas partes
distintas compreendendo a área de opção do candidato, escolhida no ato da
inscrição dentre as seguintes opções: Direito Administrativo, Direito Civil,
Direito Constitucional, Direito Empresarial, Direito Penal, Direito do Trabalho
ou Direito Tributário (acompanhadas de seus correspondentes direitos
processuais). Na prova prático-profissional, será permitida a consulta apenas à
legislação seca, sem qualquer anotação ou comentário, referente à área de opção
do examinado. Para aprovação na 2ª etapa, é necessário conseguir nota igual ou
superior a seis pontos dentre os dez distribuídos.
Com o desenvolvimento de
cursos preparatórios e o aumento da competição entre estudantes, é necessário
um maior foco e conscientização para ser aprovado. Em entrevista, o bacharel em
Direito pela Universidade do Estado de Minas Gerais - Campus de Frutal, Warley
Damásio, nos contou como foi o processo para fazer uma das provas mais difíceis
do Brasil.
Jornal Regional: Como foi sua preparação
para a prova da OAB?
Warley: O
Exame da Ordem dos Advogados do Brasil é uma prova um pouco complexa e exige
muito mais do que simplesmente saber o conteúdo das leis. É necessário manter a
calma e ter o discernimento necessário para lograr êxito.
Desde
o começo de 2013, meu último ano de faculdade, presto a prova da Ordem, obtendo
a aprovação na prova deste ano. Assim, foram quatro provas para passar.
A
preparação, basicamente, é muito estudo, leitura e exercícios, combinados com
momentos de descanso e alguma folga para fazer o que gosta, mas, durante toda a
preparação, é bom abdicar de situações rotineiras que desviam seu foco e seu
estudo, como por exemplo, as festas.
Durante
a preparação o cansaço é seu maior inimigo, você separa as horas pra estudar e
quando começa a “saga”, logo se sente cansado. Aconselho que nestes momentos, é
bom fazer um intervalo, beber uma água e voltar ao estudo logo depois.
Para
ajudar na preparação, me matriculei no cursinho preparatório LFG, muito bom, e
tínhamos um grupo de estudo que ficava durante a madrugada na Unidade de Frutal
estudando para a prova.
JR:
Depois da prova, normalmente as pessoas ficam apreensivas. Como foi sua reação?
Werley:
Depois que a prova passou, fiquei ansioso
para saber qual foi o resultado da prova.
Dessa
vez, diferentemente do que acontece, conseguimos ver o resultado antes do dia
estabelecido. O site estava travando, demorei cerca de quarenta minutos para
abrir a página, e, quando consegui carregá-la e vi que tinha passado, fiquei
muito feliz. As lágrimas vieram e já fui ligar pros meus pais para contar a
boa-nova, mas não estava nem conseguindo falar. Quando minha mãe atendeu ao
telefone, eu contei e ficamos uns três minutos apenas chorando e agradecendo a
Deus pela vitória. Depois ela passou para o meu pai, também choramos. É uma
sensação indescritível. Contei para os amigos mais próximos, alguns me ligaram,
e depois postei no Facebook. Cheguei em casa, chorei mais um pouco e agradeci a
Deus pela vitória, e fui comemorar com meus amigos essa conquista.
JR:
Agora, quais são os seus projetos para o futuro? Em que área do Direito você
pretende atuar?
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Warley Damásio, natural de João Monlevade, sul de Minas Gerais |
Werley:
Para o futuro tenho vários planos, mas
que não dependem apenas de mim, então fica complicado. Meu sonho é a
Magistratura, e um dos requisitos para tal concurso são três anos de prática
jurídica. Durante o período e até a realização das provas, estarei trabalhando
em algum projeto, seja como advogado, como concursado ou algum outro que vier a
aparecer. O importante é não ficar parado e não parar de estudar, pois nesta
área sempre haverá novidades e devemos, na medida do possível, atualizar nossas
ideias. Mas, preciso dar um “pulo” na minha casa para conversar com meu pai
sobre este futuro.
Marina Azambuja
6° Período de
Jornalismo