Estar
preparado para novos desafios, turbinar o currículo e ainda adquirir
conhecimento através de novas experiências é a busca de diversos jovens. Na
maioria das vezes, para ter contato com o novo mundo de oportunidades, a opção
mais interessante é o intercâmbio. Conhecer de perto novas culturas, aperfeiçoar
idiomas, desenvolver independência, ampliar a rede de amigos internacionais e
sair, definitivamente, da sua rotina, são um dos benefícios de passar um tempo
fora do país.
|
Carolina Mesquita (do meio) durante sua estadia nos Estados Unidos |
A
experiência internacional, mesmo que seja por pouco tempo, como cursos de curta
duração são bastante válidos e consideráveis para o crescimento do
intercambista, que consegue expandir os seus conhecimentos e vivenciar momentos
incríveis. Foi o caso de Carolina Mesquita, 19, estudante do 4º período de
Comunicação Social, que viajou em 2012 para St Peterburg, nos Estados Unidos,
através do programa de férias ofertado pela Central do Estudante – Agência de
Intercâmbio em Belo Horizonte. Carolina passou um mês na cidade estudando
inglês e tendo o contato direto com a cultura americana, pois ficou hospedada
na casa de uma família local. “Foi a primeira vez que eu viajei para fora do
país e poder sair do seu conforto, de tudo que você
está acostumado para viver num meio novo, uma língua nova e uma nova cultura,
abre muito a cabeça. Eu tive outra visão do mundo”, conta a estudante.
Há
muitas agências de intercâmbio espalhadas por todo o Brasil que oferecem
pacotes de intercâmbio para todos os lugares do mundo. O investimento varia de
acordo com as opções de atividades a serem realizadas no exterior, como estudar
línguas, cursos profissionalizantes ou até mesmo trabalhar, dependendo do país
de destino. No entanto, é possível realizar o sonho de viajar sem ter custo
nenhum através das bolsas de estudos. O segredo é estar sempre atento às
divulgações de instituições – como a CAPES, CNPQ, Fullbright, Embaixadas e
outros – que oferecem oportunidades gratuitas para estudantes brasileiros e não
desistir no primeiro “não”.
|
Jade de Andrade em Seoul |
Formada
em Relações Internacionais e estudante do 2º período de Direto, Jade Alves
Souza de Andrade, participou do processo seletivo de intercâmbio para Coréia do
Sul que seleciona, anualmente, jovens
universitários dos principais países parceiros que demonstrem excelência acadêmica
e espírito de liderança para participar de um intercâmbio cultural de
aproximadamente duas semanas em Seoul, capital coreana. O programa é
diretamente organizado pelo governo da Coréia, que é responsável por todos os
custos dos aprovados – dois estudantes por país – como passagens aéreas,
acomodação e alimentação. O processo de seleção é intermediado pela Embaixada
da República da Coréia no Brasil, que conta com análise de currículo e
entrevista em inglês – pois o programa é todo oferecido em língua inglesa. Jade
foi uma das selecionadas e garantiu uma experiência fantástica num lugar bem
longe de casa, onde visitou templos, universidades, vilas no interior do país,
famílias coreanas, museus, festivais de música, órgãos governamentais, grandes
empresas e teve até mesmo aula de culinária coreana.
“Após viver essa experiência,
adquiri uma visão de mundo mais holística. Eu me sinto mais independente e
preparada para enfrentar adversidades. E do povo coreano ganhei o maior
presente que alguém pode dar: exemplos de vida, vindos de um povo
verdadeiramente patriota, que tem foco e determinação, que entende que educação
é o único meio para o desenvolvimento econômico; de um povo amigo que conquista
no simples gesto do aperto de mão e na pureza das palavras; de um povo família,
que acolhe, se preocupa e que abraça. São essas grandes inspirações que hoje
norteiam muitas de minhas escolhas. A riqueza e o intercâmbio de vivências que
compartilhamos naqueles dias ficarão para sempre em minha memória. E, de alguma
forma, ainda hoje, ajudam a moldar a forma com que enxergo a vida e como me
insiro no mundo”, diz Jade.
|
Ana Maria Betarelle é paulista
e está no 2º ano de Direito, na UEMG -
Campus de Frutal |
O primeiro passo para carimbar o seu
passaporte e viajar tranquilamente é, sem dúvida, ter a fluência na língua do
país de destino ou na língua inglesa, que é aceita e falada na maior parte do
mundo. Este requisito varia de acordo com a opção de intercâmbio escolhida e
que em algumas vezes é necessária uma prova de proficiência em língua estrangeira
para comprovar que o futuro intercambista está apto a se comunicar no ambiente
internacional onde irá ingressar. Devido a isso, a estudante do 4º período de Direito noturno, Ana Maria Betarelle, já se preparava há
muito tempo e estudou inglês durante quatro anos em sua cidade natal. Neste
intervalo, Ana ficou sabendo das oportunidades de intercâmbio oferecidas pelo
Rotary – organização internacional de profissionais e líderes que prestam
serviços humanitários, fomentam o padrão de ética e ajudam a estabelecer a paz
no mundo. Em 2011 a estudante resolveu aplicar sua candidatura para uma vaga na
Austrália, mas acabou sendo aceita para morar durante 11 meses na Dinamarca
através do Programa de Intercâmbio Internacional de Jovens do Rotary. “Na verdade,
brinco que eu não escolhi a Dinamarca, mas ela me escolheu”, conta. Durante as
atividades no exterior, a intercambista estudou numa escola pública em Horsens
Statsskole – cerca de 264km de Copenhague – e morou na casa de três famílias
diferentes – regra do programa a fim de possibilitar um contato
multidisciplinar com a cultura do país e ampliar o ciclo familiar. Aos 19 anos,
Betarelle traz consigo a experiência de vivenciar de muito perto não só a
cultura dinamarquesa, mas também teve a oportunidade de conhecer 10 países e
diz que é a sua maior paixão continuar conhecendo e aprendendo novas culturas.
“O crescimento é imensurável. Quando você faz
intercâmbio, passa a ter uma visão completamente diferente das coisas; acredito
que uma visão mais humanizada. Eu me tornei independente, amadureci muito,
descobri quem eu realmente era e uma força que eu não sabia que tinha. É
inexplicável, só vivendo e sentindo pra saber”, finaliza.
|
Stella Bresinsk veio para Frutal em agosto e
estuda no Colégio Galileu |
Da mesma forma que muitos alunos
brasileiros viajam para o exterior em busca de novas experiências, diversos
estudantes de outros países também escolhem o Brasil como destino para
desenvolver este momento único em suas carreiras. Frutal foi o lugar escolhido
pela alemã Stella Bresinski, 16, que deixou a sua cidade no norte da Alemanha, Flensburg,
para estudar parte de seu ensino médio numa escola frutalense com o Programa de
Intercâmbio Internacional de Jovens do Rotary. Stella está no triângulo mineiro
há dois meses. Está aprendendo a língua portuguesa, mas por enquanto se
comunica frequentemente em inglês com seus colegas. “Eu estou fazendo novos
amigos, aprendendo português e vivenciando a cultura brasileira. Eu gostei
bastante da maneira como os alunos brasileiros entram na universidade, que é
bem diferente da Alemanha, porque lá não é aplicada uma prova como aqui e sim,
avaliada todas as nossas notas durante o nosso ensino médio. São necessárias
notas muito boas para conseguir.”, explica Bresinski.
|
Isabela Chagas em visita a Los Angeles, CA |
Além de estudar fora do Brasil, a
opção de trabalhar é um grande crescimento profissional, como aprender a lidar
com diferentes perfis e comportamentos no mercado de trabalho e possibilita um
enorme aperfeiçoamento em língua estrangeira pelo contato direto a população do
país de destino. Um exemplo disso é a é Isabela das Chagas Cataldo, 24,
jornalista formada em 2011 pela UEMG, que após finalizar a graduação decidiu
ingressar no intercâmbio de Au Pair: um programa
de intercâmbio cultural que oferece a oportunidade de morar legalmente e
trabalhar recebendo salário em dólar. As atividades são para trabalhar
em casas de famílias cuidando de crianças, um serviço como babá dos pequenos
que tem como benefício receber pelas tarefas exercidas, ganhar acomodação e
alimentação do empregador. Isabela foi para Huntington em Nova Iorque, nos
Estados Unidos, onde morou durante um ano e cinco meses. “Eu cuidei de três
meninos e hoje os tenho como uma família do meu sangue. Essa experiência
contribuiu para meu crescimento pessoal e acabei descobrindo os meus limites. Eu
aprendi a viver, respeitar mais e me trouxe mais confiança com relação ao meu
nível de inglês, que cresceu muito após o intercâmbio”, conta a jornalista.
A Assessoria de Relações
Internacionais da UEMG possui convênios com universidades em países como
Alemanha, Bélgica, Colômbia, Coréia do Sul, Cuba, Estados Unidos, França,
Itália, México e Portugal. A universidade está à disposição dos alunos para
intermediar o contato com instituições parceiras desses países para realizar o
intercâmbio internacional e tirar dúvidas a respeito. É importante ressaltar
que a assessoria está sempre publicando novas oportunidades para os estudantes
de todos as unidades no site oficial da UEMG. Uma boa opção para incentivos e
uma possível direção para qual país encaixa mais com o seu perfil é acompanhar
o blog COM LEGENDA: um projeto da professora Vânia Myrrha, da Escola de Design
da UEMG, uma plataforma online que publica relatos e histórias de intercâmbio
vividas por alunos de toda a universidade. Vale a pena conferir.
LINKS:
Ulisses Lisboa
6º Período de Jornalismo