A invenção do Brasil começa em Portugal, quando o pintor Diogo Álvares tenta 'melhorar' os mapas de Pedro Álvares Cabral. Mas, Diogo se envolve com a sedutora Isabelle, que rouba um mapa. Em consequência, o pintor é deportado para a Índia e acaba chegando ao Brasil. Aqui ele descobre várias riquezas naturais, se aventura com as índias do paraíso tropical e se apaixona pela bela Paraguaçu.
É através desse romance que são ilustradas as diferenças culturais. Apesar do tom cômico do filme, percebemos que tais diferenças são gritantes. Isso acontece quando o pintor volta a Portugal levando Paraguaçu com ele. Lá ela é obrigada a se vestir, sentar a mesa, comer com talheres, etc. O índio é apresentado como um ser ingênuo e burro e com sexualidade explícita.
Há também certo preconceito em relação aos costumes dos nativos. Segundo os portugueses 'abaixo da linha do equador não há pecados', ou seja, tudo aqui é permitido. Esse equívoco acontece porque nossa cultura é muito distante da deles. Enquanto aqui se permite ter mais de uma esposa, nos países 'civilizados' isso é vulgar e ante-ético
O longa mostra a vida dos Tupinambás de acordo como olhar do português. O índio é visto como preguiçoso, malandro, selvagem e sem pudores. Fica evidente 'o jeitinho brasileiro de fazer as coisas'. Infelizmente é essa a imagem que carregamos, o filme só reforça a imagem que vedemos lá fora. O Brasil dos corruptos e dos favelados. Acredito que jamais mostraremos quem realmente somos. Aqueles que não conhecem nosso país acham que vivemos como macacos.
A idéia geral do diretor, sem dúvida, é inteligente, mas ele foge do foco quando destaca a comédia e a sexualidade. Ele reforça o preconceito que sofremos e perde a oportunidade de mostrar nossas verdadeiras riquezas.
Escrito por Karen Neres
Comunicação Social - Jornalismo - 6º Período
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