terça-feira, 30 de setembro de 2014

Frutal realiza sua 4ª Parada Gay

Neste último domingo, 28, foi realizada a 4ª Parada LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais) na cidade de Frutal. A concentração das cerca de quinze mil pessoas que compareceram ao evento teve início às 13 horas, na rotatória da Avenida Juscelino Kubitschek. Mais tarde, a Parada, que teve o apoio da Secretaria Municipal de Cultura para sua realização, foi oficialmente aberta com a caminhada até o Parque dos Lagos “Lêda Campos Borges”.
Diversas celebridades do mundo LGBT compareceram ao evento, dando força à causa. O destaque, porém, foi a presença de Léo Áquilla, jornalista e uma das mais célebres artistas dragqueen brasileiras. Léo subiu ao palco - que fora montado no Parque dos Lagos para a apresentação de diversos artistas regionais e convidados - por volta das 19 horas e abriu seu show com um discurso pedindo respeito aos homossexuais. Áquilla ainda citou Lispector: “Se você tiver direito ao grito, então grite”, referindo-se à voz da comunidade LGBT. Ele ainda faz uma comparação e

Dragqueen, Léo Áquilla, no palco no
Parque dos Lagos
um apelo ao público: “As pessoas estão tão acostumadas a ligar a televisão e ver dois homens se matando, mas quando veem dois homens se amando, estranham. Será que eles não percebem que eu posso controlar minha postura perante a vida, mas não posso controlar o meu desejo de amar?”
Heloísa Silva, estudante de comunicação social da UEMG, participou da Parada e conta que adorou a experiência e o espetáculo em si, mas lamentou a falta de verba, patrocínios e divulgação do evento. “É muito importante para a sociedade quebrar seus preconceitos. Muitas pessoas simpatizaram com o evento e até gente idosa que achou legal”, afirmou a estudante.
Luís Sescão, estudante de Direito e residente em Frutal desde 2011, também gostou de ter comparecido à Parada e diz que a participação das pessoas contribui para que seja estabelecida uma tradição. Luís elogiou a organização do evento, a estrutura do Parque, a qualidade do som, iluminação e das apresentações, além do respeito dos motoristas que trafegavam pelo local durante o desfile e o apoio da Polícia Militar. O futuro advogado ainda acrescenta: “A parada é um momento em que a comunidade local tem para demonstrar a superação do preconceito e lutar por uma sociedade mais justa. Não são somente os membros dos grupos LGBT que sofrem com a intolerância, mas toda a sociedade. A parada ajuda a quebrar o tabu e trazer a igualdade de gêneros e opção ao centro do debate, nas escolas, nas mesas de jantar. É muito importante e um marco civilizatório”.
Marianna Okrongli
6° Período de Jornalismo

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